Divulgação/Instituto Butantan
O Instituto Butantan conseguiu uma patente nos Estados Unidos para o processo de produção de uma vacina contra a dengue.
A aprovação, obtida pelo Escritório Americano de Patentes e Marcas (Uspto), permite ao Butantan exportar a tecnologia para o hemisfério Norte.
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Segundo o instituto, a região também está enfrentando casos de dengue e terá necessidade de uma vacina contra a doença.
“A conquista representa um avanço histórico para o Brasil, pois, na prática, pode significar uma inversão da lógica tradicional de importar tecnologia dos países desenvolvidos”, afirmou o Instituto Butantan por meio de comunicado.
O Instituto Butantan é um órgão vinculado à Secretaria Estadual da Saúde e um dos maiores centros de pesquisa do mundo. O projeto para a vacina contra a dengue teve investimento de R$ 224 milhões oriundos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Fundação Butantan e Ministério da Saúde, de acordo com o Butantan.
Atualmente há uma corrida entre pesquisadores do mundo todo para desenvolver uma vacina segura e eficaz contra a dengue, que possa ser produzida em grande escala. O Instituto Butantan afirma que, com a patente nos Estados Unidos, dá um passo fundamental para se estabelecer na vanguarda desse processo.
“A patente obtida nos EUA demonstra o nível de excelência do Instituto Butantan, no panorama internacional, comparável aos melhores centros do mundo, graças à competência obtida no desenvolvimento desta vacina. É mais um passo importante no processo de internacionalização do Instituto”, afirma Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan, por meio de nota.
Nova vacina contra a dengue
A vacina desenvolvida no Instituto Butantan protege contra os quatro subtipos do vírus da dengue com uma única dose. É feita com vírus vivo, atenuado, induzindo o organismo a produzir anticorpos. É indicada para pessoas de 2 a 59 anos.
Diferentemente da vacina que já existe contra a dengue, este novo imunizante também pode ser utilizado por quem não teve a doença anteriormente.
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A Sanofi, fabricante da vacina que já existe no mercado, divulgou que ela poderia aumentar o risco de dengue severa em pessoas que nunca haviam sido expostas à doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforçou esse alerta, afirmando que ela só poderia ser utilizada após testes em pessoas para que esse risco fosse esclarecido.
A vacina do Butantan está na terceira fase do estudo clínico, na qual é testada em humanos. Assim que concluída, o intintudo deve encaminhar um pedido de registro à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Somente após a obtenção desse registro, poderá ser disponibilizada à população, por meio do Ministério da Saúde. O Butantan informa que não há previsão para o lançamento da vacina.
A fase 3 do estudo clínico começou em 2016 e está sendo realizada em 14 centros de pesquisa clínica, distribuídos em cinco regiões do país e envolverá, até o seu final, 17 mil voluntários.
Os testes já estão em andamento em Manaus (AM), Boa Vista (RR), Porto Velho (RO), em três centros no Estado de São Paulo (SP – Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e Santa Casa de Misericórdia de São Paulo), em Fortaleza (CE), Aracaju (SE) e Recife (PE), além de Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG).
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Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia da vacina. Do total de voluntários, dois terços receberão a vacina e um terço receberá placebo, substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus.
Os voluntários que recebem a vacina ficam expostos à situação de vida normal. De acordo com o instituto, a quantidade de voluntários necessária para a conclusão da pesquisa ainda não foi atingida.
Segundo o Butantan, os dados disponíveis até o momento indicam que a vacina é segura, induzindo o organismo a produzir anticorpos de maneira equilibrada contra os quatro vírus da dengue.
“Ter a vacina desenvolvida e produzida por um produtor público nacional é uma vantagem competitiva para o Brasil, pois garante a disponibilidade do produto, permitindo a autossuficiência produtiva, além de garantir preços mais acessíveis”, afirma o instituto.
As diferenças entre os sintomas de dengue, gripe, febre amarela, zika e chikungunya:
Os sintomas iniciais de febre amarela, dengue, gripe, zika e chikungunya são comuns a várias doenças infecciosas causadas por vírus, como dor no corpo, dor de cabeça e dor nas juntas. Mas a partir do segundo ou terceiro dia, o vírus procura os órgãos pelos quais tem afinidade e então os sintomas de cada doença se tornam mais característicos.
Missão, Visão e Valores , Código de conduta e ética , responsabilidade e cidadania , sustentabilidade.
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